COMO FUNCIONA OS GFs?

Introdução
Entendemos que uma das maneiras mais eficazes para a edificação de uma igreja é a implantação de pequenos grupos (células, GF etc. Não é  G-12. Preste atenção), pois é uma forma de evangelizar, fortalecer a família e manter comunhão entre os membros e pessoas outras que vão participando desses GFs, como tem sido uma constatação na CEPEA.
Introdução

1. COMO IMPLANTAR
a) Na CEPEA, em sua primeira fase, passamos nove meses estudando semanalmente como se formata e se aplica os GFs;
b) Começamos oito grupos experimentais;
c) Depois retornamos para sala de aula, analisamos o que foram os oito cultos realizados e estudamos novos métodos
d) Começamos com quatro grupos;
e) Treinamos novos líderes e começamos novos grupos, mas não esquecemos de melhorar os líeres já em ação, pois a meta é multiplicar os grupos familiares;
e) Estabelecemos a estrutura de liderança, o modelo de treinamento, os materiais, relatórios etc.

2. RESULTADOS
a) Crescimento da comunhão, do cuidado mútuo e o surgimento de novos líderes);
b) Os novos convertidos estarão mais assistidos;
c) surgimento de uma cultura de evangelização por relacionamentos;
d) crescimento expressivo da igreja;
e) Maior compromisso com o discipulado;

3. MOTIVOS PELOS QUAIS ALGUMAS LIDERANÇAS RESISTEM OS PEQUENOS GRUPOS
· Porque dividiu igrejas
· Porque tem receio de mudanças
· Porque G.F. dá muito trabalho (em alguns aspectos)
· Por causa de tradições: "Nós sempre fazemos/fizemos assim"
· Por respeito denominacional
· Por razões eclesiológicas

4. POR QUÊ MUITOS JÁ TRABALHAM COM GRUPOS FAMILIARES
· No caso da CEPEA, estamos convencidos que esta é a resposta de Deus para seu ministério.
· Na CEPEA, a visão é alcançar novas pessoas com a palavra de Deus.
· Apesar de muitos considerarem os pequenos grupos como forma de crescimento mais rápido para a sua igreja, nós da CEPEA acreditamos no crescimento, mas lento e qualitativo.
· Muitos se preocupam em conseguir meios para evitar a debandada de membos; na CEPEA, a direção não teme esse problema, porque a orientação é para que se pregue a Palavra de Deus.

5. ALGUNS MODELOS QUE ESTÃO INFLUENCIANDO A LIDERANÇA NO BRASIL
a) Rede Ministerial - "A pessoa certa no lugar certo pelas razões certas". (Bill ibbs)
Alvo - transformar o pecador num seguidor de Cristo
O Ministérios são a base principal da igreja e os pequenos grupos são para o apoio e mutualidade.
Cada pessoa é encorajada a descobrir seus dons e usá-los no corpo de Cristo.

b) Igreja com propósito (Rich Warren)
Alvo - transformar o pecador em um crente comprometido
· Culto para os sem igreja
· Ministérios
· Grupos pequenos
Os grupos pequenos são para apoio e os ministérios para o serviços

c) MAPI (David Kornifild - SEPAL) - Ministério de Apoio para Pastores e Igrejas

Pastor saudável, igreja saudável, sociedade saudável
A visão do MAPI está baseada em 7 estruturas.
1. Pastoreio de Pastores
2. Equipe pastoral (leiga)
3. Equipe de Ministério
4. Grupo de Discipulado
5. Grupos Familiares (Igrejas em mimiaturas)
6. Ministérios de Restauração
7. Celebrações participativas e transformadoras
No passado houve forte ênfase em "evangelismo explosivo" - (James Kennedy)

d) Grupos Familiares (Células)
Década de 70 e 80. Coréia do Sul. P.Y.Choo
Na década de 80 e 90 muitos tentaram implantar no Brasil, mas poucos conseguiram.
As Comunidades Evangélicas tiveram relativo sucesso. O Grupo Familiar foi a base do crescimento em Goiânia, Porto Alegre, Rio de Janeiro nas comunidades.
Na virada do milênio surgiram dois novos modelos de Grupos Familiares (Células).

1º MODELO - Ralph Neighbour Jr 5x5 - Touch Center (Semelhante ao modelo do P.Y.Choo)

Proposta: Fazer transição de uma igreja de programas, onde 20% sustenta os programas, contribuem, etc, para um novo medelo onde 20% são treinados para ministrar e liderar os 80%.
A base da igreja são os Grupos Familiares.

A igreja precisa "voar" com duas asas: Asa Comunitária e Asa Corporativa.

A Asa Comunitária são os grupos, com sua ênfase em discipulado, prestação de contas, liderança e evangelismo.
Tudo é feito através dos grupos: evangelismo, discipulado dos novos e pastoreio.
O Sistema é baseado em Êxodo 18. 13-26; V.25-26.
Os grupos podem ser de gerações integradas "todas as faixas etárias", jovens, adolescentes e crianças. Homogêneos e Heterogêneo.
Podem ser liderados tanto por homens como por mulheres.
A Asa Corporativa tem cinco sistemas (o que toda igreja já está fazendo)
1. Expansão (missões, plantação de igrejas, etc)
2. Sistema de Apoio (treinamentos e ministérios)
3. Sistema integral de igreja (culto, ensino)
4. Sistema de coordenação (logística, administração, comunicação)
5. Evangelismo corporativo

As duas asas fazem a igreja crescer muito mais rápido.
A Asa Comunitária trabalha em cooperação com a Asa Corporativa e vice-versa.
Os programas são apoiados pelos grupos e fortalecem os grupos.
Os grupos se mobilizam para os eventos evangelísticos e depois assumem o discipulado dos novos convertidos.
O treinamento dos líderes (Auxiliares) e Supervisores é feito pelo pastor da igreja e pelos Coordenadores.
Os ministérios apóiam os Grupos Familiares (Casais, EBD, etc).
Cada membro da igreja deve estar no grupo para praticar a mutualidade, evangelismo, discipulado, prestação de contas e pode estar em um ministério para servir (louvor, ensino, teatro, jovens, adolescentes, mulheres, homens, etc).
A E.B.D. é só para as crianças e adolescentes, os outros se alimentam no grupo e nos cultos.
O alvo é: "Cada casa uma igreja, cada membro um ministro".
A Ênfase é: O Sacerdócio Universal de todos os crentes.

Tempo necessário para se fazer a transição de uma igreja baseada em programa para sua igreja em Grupos Familiares:
3 a 7 anos (depende do tamanho da igreja).
O Treinamento para os pastores e seus líderes é feito em 4 Módulos de fim de semana (5ª à noite a domingo à tarde).
A oração é o que faz funcionar as duas asas e dá segurança a igreja.
O pastor deve discernir se a igreja está preparada para ser uma igreja em grupos familiares ou com grupos familiares.


2º MODELO - César Castelhanos (Bogotá) - M.C.I. - Governo dos 12 ou G12

É um sistema que afirma que o modelo de Jesus (12 discípulos) deve ser seguido por cada pessoa da igreja, onde cada um deve ser um líder, ter seus 12 e cada um dos 12 lidera uma célula, com vista a ter seus 12 discípulos.
O líder dos 12 é ao mesmo tempo líder de 12 pessoas e supervisor de 12 células.
O modelo chegou no Brasil como "a visão de Deus", e criou muitas polêmicas, conflitos, divisões em igrejas.
A ênfase é que toda pessoa é um líder.
O sistema está baseado em 4 pontos: Ganhar, Consolidar, Treinar e Enviar.
Na CEPEA, acreditamos no sistema Ganhar, Consolidar, Treinar e Enviar. Contudo, não aprovamos a maneira como é G12.


6. MODELO DE LIDERANÇA NO GF DA CEPEA

Pastor Efetivo (Coordena os grupos)
Líder de Grupo Familiar
Auxiliar de Grupo Familiar
Anfitrião
Secretária


7. FUNCIONAMENTO DA ESTRUTURA DE LIDERANÇ
Como está ainda em fase da implantação, os grupos familiares na CEPEA ainda tem está com a sua estrutura pronta para um período longo. Mas, o objetivo é o seguinte:
1. Pastor reunir-se duas vezes ao mês com os líderes e vice-líderes dos grupos, objetiando instrui-los na transmissão dos estudos e no direcionamento dos grupos
2. Como os GFs são realizados em uma residência no período de quatro sábados ao final desse período, o secretário geral se reunem com os secretários de grupos para azer o leantamento de quantas pessoas da igreja e outras não-evangélicas participaram dos últimos cultos;
3. O quinto culto sempre acontecerá na igreja, reunindo todos os participantes dos grupos familiares, como forma de proporcionar ao novo participante do grupo a oportunidade de conhecer os demais membros da CEPEA.
4. A partir de janeiro de 2013, semanalmente, o pastor e os líderes vão estar reunidos para momentos de oração e orientação didática.


8. O QUE É UM GRUPO FAMILIAR

a) O que não é um Grupo Familiar:
Não é um grupo de oração, de discipulado, de pregação, evangelismo, não é um culto. Tudo isto faz parte do Grupo Familiar. NÃO É G-12, G-5, etc.
Os encontros são informais e tudo acontece com ordem mais sem rigidez, priorizando a comunhão, o relacionamento, os mais novos e o objetivo é crescer e multiplicar;

b) O que é um Grupo Familiar - É um grupo de 6 a 15 pessoas, com ou sem crianças, que se comprometem a reunir semanalmente, cuidar uns dos outros e evangelizar os amigos. A reunião do grupo está baseada em 4 E's (Encontro, Exaltação, Edificação e Evangelismo).

9. BIBLICIDADE DOS GRUPOS FAMILIARES
É bíblico? Gl 1.2,22. Eklesia - "chamados para fora"(Geralmente plural)
a) A igreja primitiva nasceu num lar. Atos 1.1
b) Se reunia regularmente no pátio do templo e de casa em casa. Atos 2.46-47;
c) Pregavam e ensinavam de casa em.....Atos 5.42;
d) A casa de Cornélio abriu a porta gentios. Atos 10;
e) A igreja se reunia na casa de Maria. Atos 12.9-17; 16.40; 20.7-12; 20.20; Paulo pregou e ensinou...; Rm 16.3-5; 14,15,23 - 4 igrejas nas casas; I Co 16.19 Igreja na casa de Áquila e Priscila - Cl 4.15; casa de Ninfa Fp 1.2; casa de Filemon.

10. POR QUE TRABALHAR COM GRUPOS FAMILIARES
a) É parte do plano original de Deus. Atos 2.41-47;
b) Para edificar a igreja na mutualidade (no uns aos outros);
c) Facilita o uso dos dons espirituais;
d) Cria um clima de confiança e atrai pessoas de todo tipo, os desconfiados, os que carecem de amor,
amizade, os que sofrem solidão, ....É cura para sociedade. A depressão é a doença moderna. Quanto maior
a cidade mais neuroses, mais solitárias são as pessoas;
e) Facilita o Pastoreio, a Mobilização, Treinamento de Líderes, a Evangelização e o Discipulado;
f) Facilita surgimento de vocações para o ministério pastoral;
g) Facilita a plantação de novas igrejas.

11. VANTAGENS
a. É flexível - local, horário, programa
b. Tem mobilidade - em qualquer lugar
c. É inclusivo - atrai pessoas de todos os tipos
d. É pessoal - - cria relacionamentos
e. cresce por multiplicação
f. É um meio eficaz de evangelização
g. É um meio eficaz para o Discipulado
h. Facilita o surgimento de novos líderes
i. É adaptável a igreja institucional
j. pequeno custo operacional


12. O PROBLEMA DE ALGUMAS IGREJAS
a)Gastam dinheiro, tempo em manutenção de programas, calendários, eventos, mas não tem um propósito.
Eventos x Processo)
b)A agenda de muitas igrejas não expressa a agenda de Jesus. (Mt 28:18-20).
c)Se a igreja que não é evangelística deixa de ser evangélica. A igreja é expansionista por natureza. At 1.8;
d)Impessoalização, ausência do discipulado dos novos. Muitos se perdem. A porta dos fundos é muito grande. Nossas igrejas chegam a um ponto e param ou diminuem.
e)Institucionalismo: (Movimento x Instituição).
f)Comunhão superficial, pastoreio deficiente, poucos líderes leigos, pequeno crescimento e o pastor está cansado de fazer tudo.

13. GRUPOS FAMILIARES & G-12
a)Grupo Familiar são a base da igreja no N.T.
Modernamente começou na Coréia em 1938 - na Igreja Presbiteriana. Depois na década de 60. Paul Young Choo, desenvolveu um modelo próprio.
Ralph Neighbor - sistematizou. Usou como base da igreja e o popularizou no mundo.

b)G-12 é um sistema de Governo....
Chegou no Brasil como religião de revelação, com doutrinas e práticas confusas e heréticas (maldição hereditária, confissão positiva,...apóstolos)

14. ORIENTAÇÕES PARA O ÊXITO DA IGREJA COM GRUPOS FAMILIARES
a)O pastor titular precisa ler, estudar e orar para estar convicto sobre o assunto;
b)Visitar uma igreja que funciona G.F.
c)conhecer as diretrizes para transicionar a igreja;
d)Pregar na igreja sobre Comunhão, Oração, Evangelismo por Amizade, Discipulado. Ef 4.11-12; I Pe 4.10; e não sobre grupos familiares (os princípios precedem qualquer técnica);
e)Compartilhar suas conclusões com seus principais líderes;
f)Começar um grupo experimental intensivo;
g)avaliar junto à liderança quanto ao sistema de valores que se vive na igreja local;
h)Envolver sua esposa e seus melhores líderes;
i)Comece a fazer um diagnóstico/avaliação da igreja; (leia o livro Desenvolvimento Natural da Igreja de Christian A. Schwarz)

15. COMO ENVOLVER A IGREJA NA VISÃO
a)Envolver casais e jovens no grupo experimental;
b)Conversar muito com eles sobre as necessidades de melhor dinâmica na igreja.
c)Exercitar paciência numa possível resistência de alguns líderes - eles têm medo de tudo que é novo.
Alguns não querem perder seu reinozinho dentro da igreja;
d)Fofocas maldosas - pastor vai acabar com os demais setores da igreja...

16. INIMIGOS DOS GRUPOS FAMILIARES
a)Clericalismo
b)Tradicionalismo. "Nós sempre fizemos assim"
c)Templocentrismo; A igreja é o templo, o templo é a igreja
d)Medo de perder o controle, de errar. Só erra quem tenta algo novo;
e)Pequenos reinados

17. CUIDADOS
a)Não tente mudar tudo;
b)Não comece grupos familiares sem que haja profunda inversão de valores por parte de toda a liderança e membresia;
c)Não critique a igreja, nós chegamos até aqui como ela é.

18. AINDA NÃO É TEMPO DE IMPLANTAR GRUPOS FAMILIARES

1. se a igreja está atravessando uma crise, está doente;
2. se o pastor está a pouco tempo na igreja;
3. se a igreja está sem pastor;
4. se o pastor está saindo para fazer um curso e vai se ausentar da igreja por meses;
5. quando a igreja está fazendo transição para Rede Ministerial ou outro modelo;
6. se existe divisão (duas visões) sobre o assunto.

CONCLUSÕES

Precisamos de uma reforma eclesiológica.
Lutero e Calvino e outros foram usado por Deus para trazer a igreja de volta as Escrituras. A Reforma do séc. XVI foi principalmente Teológica. Mudou-se a teologia mas permaneceram as estruturas.

Estamos na pós-modernidade tentando alcançar o homem secularizado com os mesmos métodos da década de 50.

Bibliografia:
1- Apostilas dos Módulos do Ministério Igreja em Células (Curitiba) - Ralph Neighbour Jr
2- Livro - "Vinho Novo em Odres Novos" - Horward Snyder

NOTA DA REDAÇÃO

Esta apostila sofreu algumas mudanças ao ser aperfeiçoada em alguns aspectos que norteiam o trabalho de grupos familiares na CEPEA. Mas, no geral, seu conteúdo fora mantido, conforme o seu autor.

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